terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sapato perdido...


Um dia um homem já de certa idade abordou um ônibus. Enquanto subia, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora. A porta se fechou e o ônibus saiu e então ficou incapaz de recuperá-lo. O homem tranqüilamente retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.
Um rapaz no ônibus, vendo o que aconteceu e não podendo ajudar ao homem, perguntou:
_ Notei o que o senhor fez. Por que jogou fora seu outro sapato?
O homem prontamente respondeu:
_ De forma que quem o encontrar seja capaz de usá-los. Provavelmente apenas alguém necessitado dará importância a um sapato usado encontrado na rua. E de nada lhe adiantará apenas um pé de sapato.
O homem mostrou ao jovem que não vale a pena agarrar-se a algo simplesmente por possuí-lo e nem porque você não deseja que outro o tenha.
Perdemos coisas o tempo todo. A perda pode nos parecer penosa e injusta inicialmente, mas a perda só acontece de modo que mudanças, na maioria das vezes positivas, possam ocorrer em nossa vida.
Como o homem da história, nós temos que aprender a nos desprender das coisas. Alguma força decidiu que era hora daquele homem perder seu sapato.
Talvez isto tenha acontecido para iniciar uma série de outros acontecimentos bem melhores para o homem do que aquele par de sapatos.
Talvez a procura por outro par de sapatos tenha levado o homem a um grande benfeitor.
Talvez uma nova e forte amizade com o rapaz no ônibus.
Talvez aquele rapaz precisasse presenciar aquele acontecimento para adotar uma ação semelhante.
Talvez a pessoa que encontrou os sapatos tenha, a partir daí, a única forma de proteger os pés.
Seja qual for a razão, não podemos evitar de perder coisas. O homem sabia disto. Um de seus sapatos tinha saído de seu alcance. O sapato restante não mais lhe ajudaria, mas seria um ótimo presente para uma pessoa desabrigada, precisando desesperadamente de proteção do chão.
Acumular posses não nos fazem melhores e nem faz o mundo melhor. Todos decidem constantemente se algumas coisas devem manter seu curso em sua vida ou se estariam melhor com outros.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A Lição da Vaca


Contam que um velho sábio peregrino estava caminhando com seu discípulo pelas pradarias da velha China.
Por dias eles caminhavam sem encontrar o menor sinal de civilização, nenhum rio ou qualquer vegetação de onde pudessem tirar alimentos.
Muito ao longe, tiveram a impressão de avistar uma pequena casa e passaram a seguir naquela direção. Chegaram a uma cabana de madeira, pararam e calmamente começaram a bater com as palmas das mãos na esperança de serem atendidos. Logo um velho senhor apareceu. Sua pele era queimada e muito curtida pelo sol. As mãos pareciam fortes como as mãos de alguém que preenchia seus dias inteiros com trabalhos pesados. Ao seu lado, timidamente surgiu um menino que espiava curioso. . .
Os visitantes foram convidados a entrar. Lavaram-se em uma bacia com moderada e limitada quantidade de água. Receberam leite, chá e queijo enquanto conversavam com a dona da casa que aparecera para servi-los.
Na manhã seguinte, enquanto eles se preparavam para a partida, o velho sábio perguntou: " Há vários dias andamos por estas pradarias. Nada encontramos, nada vimos. Como podem, vocês, sobreviver por aqui?
Serenamente o ancião explicou. Ali atrás da casa temos uma vaquinha. Uma vez por semana, ando cerca de dez horas até um pequeno lago de água empossada da curta época das chuvas. No lombo da vaca consigo trazer vários galões de água. Com a água, nos lavamos e bebemos. Com o que sobra regamos a pequena vegetação da qual a vaca se alimenta e uma pequena moita de chá. Tiramos o leite e ainda aproveitamos para fazer queijo. Desta maneira montamos nosso dia a dia.
Gratos, os andarilhos despediram-se a seguiram viagem. Passadas algumas horas o sábio peregrino pára e diz ao seu aprendiz:
"Volte àquela casa, sem ser visto, pegue a vaquinha e traga ela para cá." Aparentemente desnorteado e questionando pela primeira vez a índole de seu mestre o jovem obedeceu. No dia seguinte cruzaram com alguns viajantes a quem o velho presenteou com a vaca.O seu aprendiz nada compreendeu.
Alguns anos depois o jovem aprendiz tornara-se um peregrino solitário. No meio de seu caminhar reconheceu a região pela qual, há muitos anos, passara com seu mestre. Após alguns dias avistou o que pareceu ser uma pequena vila. Ao chegar lá viu uma venda onde alguns viajantes comiam e bebiam.
Sentou-se em uma mesa e pediu uma bebida. Entretido com seu lanche pensou o que teria acontecido com aquela família da qual havia roubado a vaquinha. Certamente haviam morrido todos sem alimentos e sem água. Sentiu-se mal com o que fizera e cambaleou com uma rápida tontura. A moça que servia a mesa aproximou-se rapidamente e perguntou se estava tudo bem. O peregrino respondeu que sim e disse:
"Apenas me lembrei que neste local vivia uma família muito simpática e bondosa. Dividiram comigo o pouco que tinham para se alimentar. Penso o que terá acontecido com eles." A moça sorriu e encaminhou o visitante até uma bela casa e explicou, aqui é a sede desta fazenda na qual o senhor está. Por favor, entre e aguarde.
O homem aguardou em uma grande sala até que um senhor veio de uma dos quartos. Espantado o andarilho reconheceu o senhor que o recebera em sua pequena casa muitos anos antes. Cumprimentaram-se com alegria e o jovem perguntou: " O que aconteceu?!" O velho senhor contou a história:
" Logo após a partida de vocês nossa querida vaca desapareceu misteriosamente. Certos de que não poderíamos viver e buscar água sem ela começamos a pensar em outras alternativas. Começamos a cavar em vários locais até que encontramos, a cerca de duzentos metros de nossa casa, uma nascente subterrânea. Com isto tínhamos água a vontade. Irrigamos a terra e logo tínhamos muitas moitas de chá. Um mercador passou e ofereceu sementes de alguns vegetais em troca de um pouco de chá. Aceitamos e plantamos todos. Os viajantes passaram a saber que aqui tínhamos água e vinham sempre para cá durante suas jornadas. Trocando alimento e chá por outras coisas acabamos por montar uma bonita horta, uma estalagem e um pequeno restaurante. Temos oitenta cabeças de gado e toda a minha família veio da cidade para trabalhar conosco.
O jovem sorriu aliviado. Não apenas tirara de seus ombros o peso por ter roubado a vaca, mas entendera, enfim, a última grande lição de seu mestre. " Quando acreditamos que todos os nossos problemas estão resolvidos acabamos por nos acomodar. O que nos parece a solução, pode ser o fim de nosso crescimento ".

As duas moscas

Contam que certa vez duas moscas caíram num copo de leite. A primeira era forte e valente, assim logo ao cair nadou até a borda do copo, mas como a superfície era muito lisa e ela tinha suas asas molhadas, não conseguiu sair. Acreditando que não havia saída, a mosca desanimou, parou de nadar e de se debater e afundou.
Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte era tenaz, continuou a se debater a se debater e a se debater por tanto tempo, que, aos poucos o leite ao seu redor, com toda aquela agitação, foi se transformando e formou um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca conseguiu, com muito esforço, subir e dali levantar vôo para algum lugar seguro.

Durante anos, ouvi esta primeira parte da história como um elogio à persistência, que, sem dúvida, é um hábito que nos leva ao sucesso, no entanto...

Tempos depois a mosca, por descuido ou acidente, novamente caiu no copo. Como já havia aprendido em sua experiência anterior, começou a se debater, na esperança de que, no devido tempo, se salvaria. Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou: "Tem um canudo ali, nade até lá e suba pelo canudo". A mosca tenaz não lhe deu ouvidos, baseando-se na sua experiência anterior de sucesso, continuou a se debater e a se debater, até que, exausta afundou no copo cheio ... de água.

Quantos de nós, baseados em experiências anteriores, deixamos de notar as mudanças no ambiente e ficamos nos esforçando para alcançar os resultados esperados até que afundamos na nossa própria falta de visão? Fazemos isto quando não conseguimos ouvir aquilo que quem está de fora da situação nos aponta como solução mais eficaz e, assim, perdemos a oportunidade de "reenquadrar" nossa experiência. Ficamos paralisados, presos aos velhos hábitos, com medo de errar.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Castelo de Areia


Num dia de verão, estava na praia, observando duas crianças brincando na areia. Elas trabalhavam muito, construindo um castelo de areia, com torres, passarelas e passagens internas. Quando estavam quase acabando, veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo à um monte de areia e espuma. Achei que as crianças cairiam no choro, depois de tanto esforço e cuidado, mas tive uma surpresa. Em vez de chorar, correram para a praia, fugindo da água, Sorrindo, de mãos dadas e começaram a construir outro castelo... Compreendi que havia recebido uma importante lição: Gastamos muito tempo de nossas vidas construindo alguma coisa. E mais cedo ou mais tarde, uma onda poderá vir e destruir o que levamos tanto tempo para construir. Mas quando isso acontecer, somente aquele que tem as mãos de alguém para segurar, será capaz de dar uma reviravolta !!!. Tudo é feito de areia; Só o que permanece é o nosso relacionamento com as outras pessoas.

Thomas Edson


Um exemplo de Otimismo foi demonstrado por Thomas Edson, o gênio inventor e um inveterado Otimista, pela forma como reagiu a um aparente grande infortúnio. Numa noite de 1914, seu laboratório, que valia mais de US$ 2 milhões na época e não estava no seguro, começou a se incendiar, com todos os preciosos registros de Edson em seu interior. No auge do incêndio, enquanto os bombeiros tentavam apagar o fogo, Charles, filho de Edson, freneticamente procurava o Pai, que tinha o hábito de trabalhar até tarde da noite. Aliviado, ele encontrou Edson fora do laboratório, fitando serenamente a cena. O semblante de seu pai refletia o brilho das chamas e seus cabelos grisalhos esvoaçavam ao sabor da leve brisa. Charles sentiu um aperto no coração vendo o pai, com 67 anos, testemunhar o trabalho de toda uma vida ser consumido pelas cinzas. Após horas de silêncio. Edson disse a seu filho: “Existe um grande valor num desastre como este. Todos os nossos erros são queimados. Graças a Deus nós podemos começar tudo de novo”. E Edson, de fato, começou de novo. Até o incêndio ele tinha passado três anos tentando inventar o toca discos. Três semanas após o desastre ele conseguiu.